quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A caveira cor-de-rosa

Levanta a mão quem não tem desenho algum de caveira na sua vida. Pode ser numa peça de roupa, na própria tiara ou no colar, no tênis All Star, num material escolar, no wallpaper do seu blog ou twitter. Fato é que o uso do símbolo da caveira mudou. Ela, que originalmente representava morte, medo, filmes de terror ou seitas perigosas, agora pode ser rosa-pink, com estampa de oncinha, de strass ou glitter, fashion ou geek. 

A minha prima tem tatuada uma caveira com laço na cabeça. É, isso mesmo: um laço na cabeça da caveira (!). No Brasil, sua imagem enquanto ícone de moda (e não mais associada aos punks e darks) foi difundida pelo irreverente estilista Alexandre Herchcovitch. Divagando por esse elemento que antigamente eu teria medo de divagar, concluo que a caveira é mais do que uma expressão de estilo: é a definição do estilo por si só, que expressa um mundo despreendido de tabus e tribos. 

Quando eu morei em Londres, conversei com três adolescentes enquanto esperava numa parada de ônibus. Elas usavam maquiagens e roupas muito doidas e divertidas, daí o meu interesse. A conversa foi mais ou menos assim:

- Como vocês definem o seu estilo?
- Definir, assim, com uma palavra? (uma falava em nome das três)
- Bem, pode ser com mais de uma.
- Na verdade, não temos definição 
(eu armei uma cara de interrogação)
- Somos um mistura de tudo, do que gostamos com o que nos parece diferente.
- E essa maquiagem?
- Inventei, gostou?
- Criativa.
- Obrigada, essa é a ideia, entendeu?

Notem o quão infeliz foi a minha primeira pergunta. É claro que elas não queriam definir um estilo. Ao contrário! E foram alegres e autênticas em suas respostas. 

Depois daquele dia, tive a súbita consciência de que vivemos numa época muito mais criativa. E, conscientes disso, podemos ousar. Ouse você, mais! Escolha combinações diferentes de looks que provem a sua visão diferente de mundo. Melhor ainda: que prove o seu respeito às diferenças.
Bem-vinda ao mundo da caveira cor-de-rosa. Onde as ideias se transformam. E, sim, onde você e eu podemos ser tudo o que desejarmos ser. 

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