sábado, 12 de maio de 2012

Yesteen:Vida de intercâmbio



Carolina se tornou cheerleader durante o intercâmbio

Você sempre teve vontade de passar um tempo estudando no exterior mas morre de medo de não se adaptar aos costumes? Fique tranquila! Entrevistamos Carolina Sanches, de 17 anos, que está há 9 meses vivendo nos EUA. Ela contou quais foram as expectativas e como está sendo passar tanto tempo longe do Brasil. Confira:

Onde você está morando?Meu destino foi Harrah, uma cidadezinha de 5 mil habitantes em Oklahoma, parte do velho-oeste Americano. Quando descobri fiquei animada, porque não sabia de muitas coisas relacionadas ao estado.

Como é seu relacionamento com as pessoas da casa onde mora? Tem irmãos?Na minha casa, moro com minha host mom (a dona da casa em que está hospedada). Nós nos damos muito bem, porque temos interesses superparecidos, então não foi difícil me adaptar à nova rotina, já que sou filha única no Brasil. Ela tem 3 filhos que são casados e tem filhos, então a família é grande!! Assim, os filhos dos meus irmãos acabam tendo o papel de host siblings para mim. 

Como você descreveria a sua experiência?Posso dizer que o intercâmbio tem sido uma das melhores experiências da minha vida. Tive a oportunidade de experienciar como é a vida de um adolescente americano. Criei memórias inesquecíveis, amigos e uma família que vou  levar para a vida toda.
Me tornei parte do Pom Squad, que é o time de torcida e dança da escola e, além de torcer nos jogos de futebol e partidas de luta (wrestling), meu time foi vice-campeão em 2 categorias no campeonato de dança do estado de Oklahoma.


Como acha que este intercâmbio vai agregar na sua vida?
O intercâmbio me tornou mais madura, responsável, independente. Antes de vir, deixei minha vida para trás para ter novas experiências. Agora, voltando para o Brasil, sei que vou deixar outra parte da minha vida a várias milhas de distância. 

Você já sente alguma mudança no seu modo de pensar e enxergar a vida?
Sim, sem dúvidas. Por aqui tenho que muitas vezes me virar sozinha, o que me faz pensar, ‘Como é que eu fazia isso diferente no Brasil?’. Aprendi que sei fazer muitas coisas sem a ajuda de meus pais. Também me tornei mais tolerante às diferenças culturais e aprendi a me adaptar a elas, sendo que eu sou o diferente aqui! Os jovens americanos muitas vezes só ligam para futilidades, e assim percebi diferentemente da maioria, que tem coisas mais importantes na vida do que festejar e namorar. Também criei objetivos para o meu futuro, que antes não passavam pela minha cabeça.

O que foi ou está sendo mais difícil pra você nessa experiência?
Para falar verdade, não encarei muitas dificuldades. Não tive tempo para ficar triste. Cada dia fazia novas descobertas, conhecia pessoas diferentes e aprendia mais e mais. Acredito que aproveitei ao máximo tudo o que estava por vir e não fiquei presa por o que deixei para trás no Brasil.

O que você já fez aí que sabe que vai levar para o resto da vida?
Posso falar que nunca vou perder contato com minha família e meus amigos daqui. É demais saber que, em tão pouco tempo, entrei na vida de pessoas que se importam comigo como se me conhecessem há anos. Também tem a parte cultural com tudo o que aprendi sobre  os americanos e outros intercambistas.

Teve alguma dificuldade em fazer amizades ou se sentiu uma estranha no ninho alguma vez?Meu maior medo era achar as pessoas não gostarem de mim. Mas logo que cheguei, comecei a conversar com as pessoas para quebrar o gelo, e quando eles descobriam que eu era intercambista, ficavam todos curiosos perguntando sobre o Brasil e qual era minha opinião sobre a nova experiência. No começo, senti um impacto no modo como se vestiam e se expressavam verbalmente. Não entendia algumas gírias e, até hoje, eles brincam comigo por causa disso. Mas tudo isso faz parte do aprendizado!

Carol e as amigas americanas no prom

Como está lidando com outro idioma?
Estudei inglês por 10 anos antes de vir para cá, então não foi um problema para me adaptar. O difícil é no começo, quando você passa a falar e ‘respirar’ em uma segunda língua 24 horas por dia. Tinha vezes em que eu pensava: ‘Será que alguém me entende???’, ‘Eu quero é falar a minha língua!’. Enquanto a cabeça ainda está pensando em português, você está traduzindo simultaneamente pro inglês, então expressões e palavras ‘estrangeiras’ podem sair. O pessoal daqui faziam piadas dos tais errinhos e adoravam o meu sotaque. Depois quando me acostumei com a língua, a situação inverteu, passei a pensar em inglês. O difícil agora é falar com o pessoal do Brasil!

Você recomendaria o programa? O que falaria pra quem deseja ir?Recomendo totalmente! O intercambio é uma experiência que vai  ajudar não somente a aprofundar seus conhecimentos em uma nova língua, mas também em seu crescimento pessoal. Não crie expectativas de como será a família, os amigos, o local e a escola, vá com a cabeça limpa para aceitar os novos desafios e não se desapontar se algo não acontecer como planejado. Saiba que você está indo para estudar, então procure manter boas notas.
Não fique preso ao que acontece na vida de seus amigos brasileiros, porque não tem nada que você possa fazer estando tão longe; então aproveite seu tempo livre para se divertir com a família e com os novos amigos, se possível for faça muitos amigos. Não sofra de saudade. A saudade será inevitável, mas não faça dela um obstáculo. Aproveite todos os seus momentos, porque eles passam muito rápido!



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